28 dezembro 2007
GALPOR
Camilo Pessanha nasceu em Coimbra no ano de 1867, produto de um amor juvenil, quando o pai ainda cursava Direito em Coimbra, o que não impedirá que a relação com Maria do Espírito Santo, embora sem casamento, se consolide por meio do nascimento de mais quatro filhos.
(...) Camilo Pessanha matricula-se na Faculdade de Direito em Coimbra no ano de 1884. Durante os sete anos que medeiam entre a entrada da Universidade e a formatura final, em Julho de 1891, Camilo vive a boémia coimbrã ao mesmo tempo que descobre a vocação literária. Publicou nesta época as suas primícias – poemas, contos e crónicas – na Gazeta de Coimbra (1887), no Intermezzo (1890) e em jornais estudantis, como A Crítica (1888) e O Novo Tempo (1889). Exerceu actividade jurídica em Mirandela e, com Alberto Osório de Castro, seu colega de curso, em Óbidos.
(...) Poeta desde a juventude, vai publicando dispersamente os seus textos e ganhando admiração de outros escritores seus contemporâneos, como Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro. Em 1920, a Editora Lusitânia publica Clepsydra, organizada por Ana Castro Osório, única edição da colectânea feita em vida do autor. Apesar de problemática (por exemplo, no estabelecimento e ordenação dos poemas), dava finalmente a conhecer o maior poeta simbolista português, criador de um mundo fugaz e de uma linguagem marcada por uma “subtil cumplicidade com o silêncio”, como escreveu Eugénio de Andrade.
Organização: Associação Wenceslau de Moraes
Texto retirado do folheto: Camilo Pessanha – Um Poeta ao Longe
20 dezembro 2007
PORGAL
ANTÓNIO NORIEGA VARELA (1869-1947)
Lembranzas
Oh, divina Saudade, compañeiras
che eu mostrara sí é certo que as precuras:
son cal rosas cortadas das roseiras,
estreliñas ausentes das alturas!
Lembranzas son de lindas pegureiras,
de fascinantes meigas criaturas,
que en noites de lunar das Coruxeiras
baixan ó fiandeiro de Cesures.
A Lua Cheia bríndalles raiolas
mentras, solene, as ve camiñar solas;
pero entóldase axiña... Coma bruxos
aparecen arteiros rondadores...
elas cantan, e os bravos aturuxos
turban a paz dos pinos fungadores.
(Do ermo, 1920)
06 dezembro 2007
05 dezembro 2007
GALPOR
O dia amanheceu,
Acordei,
E reparei
No milagre concreto de viver.
E cantei
Como um galo feliz.
O que esse canto diz
É que não sei.
(Coimbra, 27 de Maio de 1977)
PORGAL
FLORENTINO LÓPEZ CUEVILLAS (1886-1958)
“Prosas galegas” (fragmento)
Compre que os que veras queren á nosa terra, os que traballan a prol da súa exaltación, os que a sinten no cerne do seu espíritu, os que quixeran convencer e persuadir, os que cen veces sentirían abaixarse o voo do seu corazón, os que dubidaron e dubidan da eficacia e da fertilidade do seu esforço, deprendan, pra non esquencela, esta verdade: a verdade de que a alma de Galicia non pode deixar de ser nin convertirse noutra alma, e que só desaparecerá cando o mundo desapareza.
Nos anos que han vir veredes quizais debecer aínda mais a nosa cultura, perder terreo a nosa lingua, confundirse os perfís do nos país deca borrárense no neboeiro borrallento que o invade todo. Non desesperedes, os que de verdade sintáde-la emoción galega; seguide sempre con fe, e se vos ocurre pensar acaso se sementades ou se só esparexedes, desbotade ese pensamento e tede por certo que calquera traballo, grande ou pequeno, duro ou levián, que emprendades en nome de Galicia, é sempre sementeira.
(de: “Prosas galegas”, Galaxia,1962)
texto retirado do site www.galespa.com.ar
DICAS
MIGUEL TORGA
Exposição de 11 a 14 de Dez07
Programa - Dia 11 Dezembro 2007
na Faculdade de Teologia - Braga
09.45 h
Abertura da Exposição
Regresso
História antiga – encenação pela escola EB 2,3 de Celeirós
21.00h
Abertura musical (coral de Lama)
Sagres
Largada
Mar – poemas de Torga (serão musicados e interpretados)
Teatro
Quem é Torga?
Mãe - Regresso
(com teatro de marionetas pela escola EB 2,3 de Celeirós)
21.30h
Mesa Redonda
Pe. Dr. Mário Tavares
Dr. António Afonso
Prof. Dr. Castro Gil
Dr. Esteves Martins
Pe. Dr. Costa Santos (moderador)
Organização:
Cenáculo
Vigararia Episcopal para a Cultura
Texto retirado do folheto: Miguel Torga /tolerância/cultura/identidade
04 dezembro 2007
DICAS
No âmbito da Exposição - O Sorriso de Daniel - promovida pelo Consello da Cultura Galega, propõe-se uma pequena incursão no cinema galego.
04 Dezembro às 18 horas - Sempre Xonxa, de Chano Piñeiro (1989). Drama. - Sinopse: História de uma mulher e dois homens. Pancho e Birutas, desde a sua infância em 1947 até 1986. A emigração, com sucesso e sem ele, a complexidade das relações humanas, a confusão entre lenda e realidade numa aldeia que vai morrendo nas montanhas da Galiza.
05 Dezembro às 18 horas - O Lapis do Carpinteiro, de Antón Reixa (2003). Drama. - Sinopse: Daniel da Barca é um médico e intelectual socialista. A namorada, Marisa, é filha de um homem de negócios próximo do fascismo. Ao começar a Guerra Civil espanhola, Daniel é detido e Marisa luta para o libertar.
Organiza: Consello da Cultura Galega, Centro de Estudos Galegos da U.M.
Apoios: Câmara Municipal de Braga e a Axencia Audiovisual Galega.
Informação extraída do folheto: A(s) Galiza(s) desde 3 filmes