Somos uma galeria, de artes, que tem como principal objectivo a cultura galaico-portuguesa.
Para melhor enquadramento da galeria podem consultar neste blog a postagem Quem Somos de 12 de Fevereiro de 2008.
Para melhor enquadramento da galeria podem consultar neste blog a postagem Quem Somos de 12 de Fevereiro de 2008.
Os contactos que fizemos e que continuámos a fazer (desde fevereiro de 2007) são direccionados às instituições para obter Informação vária, como exemplo: pedimos que nos enviem alguma literatura e/ou folhetos sobre a Galiza. Queremos dar informação, aos portugueses que nos procuram, sobre história, literatura, arte, gastronomia, artesanato, turismo, etc., com o material possível que as instituições nos possam enviar, distribuindo. E, Livros.
Do pouco tempo da existência da galeria já realizámos inúmeros contactos com instituições públicas e também privadas. Contactámos ainda algumas livrarias e editores da Galiza e deparámos com uma enorme parede de silêncio.
Só dois exemplos, de silêncio:
Escrevemos vários mail’s em 2007 para uma livraria/editora de Ourense para saber se nos colocava na galeria, livros de poesia, prosa e teatro, à consignação ou por outro meio a negociar. E a condição fundamental era de que só nos interessava, e interessa, os Autores Galegos com escrita, preferencialmente, em língua galega.
Também fizemos a mesma proposta a uma grande Editorial em Vigo e o resultado foi a mesma resposta. Um silêncio total!
Mas afinal, O QUE É QUE SE PASSA ???
Todas estas interrogações não são só para os galegos, mas estendem-se também aos portugueses. O processo foi e é igual em Portugal, afinal as semelhanças existem para o pior!!!
Hoje, questiono para saber, porque será que os grandes grupos económicos compram editoras? É o lucro, ou estão preocupados com o baixo nível cultural da população?
Ainda há pouco tempo alguém escreveu, (...) começou pelo filão do livro escolar, numa aposta de concorrência (...), Referindo-se a alguém que adquiriu recentemente várias editoras.
O negócio dos livros escolares, os best-sellers e os das ditas “figuras públicas”, são os que mais interessam aos livreiros / editores em geral? E outro género de literatura? como o ensaio, a poesia e/ou outro, não interessam?
E assiste-se à entrega desmesurada e sem pudor de enormes quantidades de livros nos grandes supermercados.
E ainda mais grave se torna quando origina o estrangulamento das livrarias. É a lei do mercado, dizem uns. Mas, vale tudo?
Onde estão as pequenas livrarias que eram local de encontro e proximidade entre o livreiro, o autor e o leitor?
São muitas as dúvidas e interrogações. A única coisa que sabemos é que algo se passa, algo que não bate certo!
Os nossos objectivos prioritários hoje, para a galeria, são os livros e a informação. O espaço que reservámos, para a literatura galega e portuguesa, já existe para tal.
Os poucos livros que temos (cerca de 12 títulos) foram gentilmente colocados à consignação pelo Espaço Jacobeus de Braga. Em que a temática central é, a Vida, a Obra e os Caminhos de Santiago.
Com o muito espaço que sobra enchemo-lo então, de... silêncio (s)?
Oh, meus senhores! digam-me se não é importante ter uma galeria / livraria em Braga, com um número razoável de literatura galega e que esteja tão disponível como nós.
Se não nos deixam, então que alguém o faça! Façam-no!
Para quem não saiba, cada vez há mais galegos que nos visitam frequentemente. Existindo também um número razoável de médicos e técnicos radicados na região.
Apesar do movimento demográfico ser lento e sem grande significado, pensámos que a Galeria seria um pouco o local onde pudesse ser ponto de Encontro de Galegos e Portugueses. Participando / Trocando ideias de laços que nos unem, falando dos artistas, dos autores, das gentes, etc., no fundo, falar da nossa terra com a nossa língua. Seria único e bonito, não?
Nos últimos anos o concelho de Braga e a sua cidade estão em crescimento acelerado. Originando a fixação de pessoas, também vindas de outras regiões, com grande concentração na cidade. E, segundo os números, está entre as cidades com mais jovens na Europa, em que a Universidade do Minho contribuiu significativamente para tal. Contando actualmente com cerca de 120.000 habitantes residentes, dentro destes, 80.000 estão recenseados em Braga.
Apesar de termos este número de população, a cultura está estacionária de há vários anos para cá. Temos uma cultura para consumo imediato - não temos uma cultura das ideias, da arte, da criatividade, da imaginação, dos artistas... Não cresce porque há, penso eu, lobbies institucionais.
O seu crescimento baseia-se muito no ritmo do material, em betão / cimento armado, asfalto e acessibilidades. Braga culturalmente não está a crescer!
(No tempo da ditadura interessava ao poder de então ter um povo mais culto? Era evidente que não. E porquê? Porque é fácil aos vários poderes governarem na ignorância).
E hoje, em “democracia”? interessam a estes poderes ter um povo culto? Já duvido.
Quando o discurso oficial - ainda hoje - eles pensam que a Galiza e Portugal para se aproximarem é necessário o TGV e que essa aproximação é só por via iminentemente económica...
E digo eu: Não é a cultura que aproxima as pessoas, os povos?
O que nos vale é que no meio deste deserto e silêncio, há boas excepções.
Temos uma Universidade do Minho, altamente prestigiada, com cerca de 15.000 alunos (Braga e Guimarães). E com 81 por cento de docentes licenciados. Instituição pela qual já passaram os maiores homens e mulheres da ciência e da cultura.
2008 também é um ano de grande importância para a cidade e para a Ibéria. Está já em andamento a construção do Instituto Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, que será presidido pelo Prof José Rivas, docente na Universidade de Santiago de Compostela, sendo composto o Conselho Científico Internacional do Laboratório com sete cientistas, um deles galardoado com o Prémio Nobel da Física.
O Instituto, contará com cerca de 200 investigadores de vários países, e ficará pronto em 2009.
Do que foi exposto, muito mais havia a acrescentar. Mas continuámos a interrogar-nos, o que fazer? O que é possível fazer para dar a volta à situação? Como é que se lida com instituições públicas e/ou privadas das áreas culturais, com editores e livreiros, e com os burocratas?
Eu sei qual é uma parte substancial da solução. Mas para isso tem que se afrontar poderes instalados, os poderes de decisão. Os poderes dos que se pavoneiam nas feiras de vaidades e se mostram nas inaugurações, nos encontros, etc.,
O que é necessário para inverter a situação? É muito simples!
Àqueles que estão nos lugares de outros e que não têm perfil nem formação para o lugar que ocupam - que se dediquem a algo para que estejam vocacionados(as). Haja um pouco de auto-crítica e por favor peço, a esses, para se irem embora.
Tem que se apostar nos quadros intermédios que são a parte mais importante na área da cultura, como alguns animadores sócio-culturais e / ou sócio-educativos, as associações culturais e de cidadãos, a cultura culta e popular. Entre muitos exemplos.
Precisámos de homens e mulheres certos nos lugares certos. Pessoas que saibam, conheçam e trabalhem no terreno (é necessário sair dos gabinetes) o mundo está cá fora!
Aos que apesar da inércia de várias instituições e organismos sejam públicos ou privados e do seu desinteresse, pelo menos digam-nos alguma coisa mesmo que seja, NÃO!
É que estamos já um pouco cansados e fartos. No dia 5 de Fevereiro fez um ano em que iniciámos todo este processo de contactos constantes e só obtivemos a parede de silêncio!
E depois há outros - sabemos muito bem e são muitos - que partilham as nossas ideias e nos apoiam, mas a todos que nos lêem, solicitámos a sua devida atenção ao que se passa.
A vocês que estão connosco, se tiverem alguma ideia ou alguma forma de mudar este estado de coisas digam-nos enviando informação. Digam a toda a gente o que se passa, quem somos, quais os objectivos e os nosso projectos. Espalhem a informação.
(…) se vieres por bem, traz um amigo também – como dizia o nosso Zeca Afonso.
josé carvalho
Braga, 13 de Fevereiro de 2008
P.S. Em breve, talvez esta semana, vamos expôr cronologicamente os “contactos” com algumas das editoras portuguesas.