13 fevereiro 2008

Protesto - O DIREITO à INDIGNAÇÃO

Somos uma galeria, de artes, que tem como principal objectivo a cultura galaico-portuguesa.
Para melhor enquadramento da galeria podem consultar neste blog a postagem Quem Somos de 12 de Fevereiro de 2008.

Os contactos que fizemos e que continuámos a fazer (desde fevereiro de 2007) são direccionados às instituições para obter Informação vária, como exemplo: pedimos que nos enviem alguma literatura e/ou folhetos sobre a Galiza. Queremos dar informação, aos portugueses que nos procuram, sobre história, literatura, arte, gastronomia, artesanato, turismo, etc., com o material possível que as instituições nos possam enviar, distribuindo. E, Livros.

Do pouco tempo da existência da galeria já realizámos inúmeros contactos com instituições públicas e também privadas. Contactámos ainda algumas livrarias e editores da Galiza e deparámos com uma enorme parede de silêncio.

Só dois exemplos, de silêncio:
Escrevemos vários mail’s em 2007 para uma livraria/editora de Ourense para saber se nos colocava na galeria, livros de poesia, prosa e teatro, à consignação ou por outro meio a negociar. E a condição fundamental era de que só nos interessava, e interessa, os Autores Galegos com escrita, preferencialmente, em língua galega.
Também fizemos a mesma proposta a uma grande Editorial em Vigo e o resultado foi a mesma resposta. Um silêncio total!
Mas afinal, O QUE É QUE SE PASSA ???

Todas estas interrogações não são só para os galegos, mas estendem-se também aos portugueses. O processo foi e é igual em Portugal, afinal as semelhanças existem para o pior!!!
Hoje, questiono para saber, porque será que os grandes grupos económicos compram editoras? É o lucro, ou estão preocupados com o baixo nível cultural da população?

Ainda há pouco tempo alguém escreveu, (...) começou pelo filão do livro escolar, numa aposta de concorrência (...), Referindo-se a alguém que adquiriu recentemente várias editoras.
O negócio dos livros escolares, os best-sellers e os das ditas “figuras públicas”, são os que mais interessam aos livreiros / editores em geral? E outro género de literatura? como o ensaio, a poesia e/ou outro, não interessam?
E assiste-se à entrega desmesurada e sem pudor de enormes quantidades de livros nos grandes supermercados.
E ainda mais grave se torna quando origina o estrangulamento das livrarias. É a lei do mercado, dizem uns. Mas, vale tudo?
Onde estão as pequenas livrarias que eram local de encontro e proximidade entre o livreiro, o autor e o leitor?
São muitas as dúvidas e interrogações. A única coisa que sabemos é que algo se passa, algo que não bate certo!

Os nossos objectivos prioritários hoje, para a galeria, são os livros e a informação. O espaço que reservámos, para a literatura galega e portuguesa, já existe para tal.
Os poucos livros que temos (cerca de 12 títulos) foram gentilmente colocados à consignação pelo Espaço Jacobeus de Braga. Em que a temática central é, a Vida, a Obra e os Caminhos de Santiago.
Com o muito espaço que sobra enchemo-lo então, de... silêncio (s)?

Oh, meus senhores! digam-me se não é importante ter uma galeria / livraria em Braga, com um número razoável de literatura galega e que esteja tão disponível como nós.
Se não nos deixam, então que alguém o faça! Façam-no!

Para quem não saiba, cada vez há mais galegos que nos visitam frequentemente. Existindo também um número razoável de médicos e técnicos radicados na região.
Apesar do movimento demográfico ser lento e sem grande significado, pensámos que a Galeria seria um pouco o local onde pudesse ser ponto de Encontro de Galegos e Portugueses. Participando / Trocando ideias de laços que nos unem, falando dos artistas, dos autores, das gentes, etc., no fundo, falar da nossa terra com a nossa língua. Seria único e bonito, não?

Nos últimos anos o concelho de Braga e a sua cidade estão em crescimento acelerado. Originando a fixação de pessoas, também vindas de outras regiões, com grande concentração na cidade. E, segundo os números, está entre as cidades com mais jovens na Europa, em que a Universidade do Minho contribuiu significativamente para tal. Contando actualmente com cerca de 120.000 habitantes residentes, dentro destes, 80.000 estão recenseados em Braga.
Apesar de termos este número de população, a cultura está estacionária de há vários anos para cá. Temos uma cultura para consumo imediato - não temos uma cultura das ideias, da arte, da criatividade, da imaginação, dos artistas... Não cresce porque há, penso eu, lobbies institucionais.
O seu crescimento baseia-se muito no ritmo do material, em betão / cimento armado, asfalto e acessibilidades. Braga culturalmente não está a crescer!

(No tempo da ditadura interessava ao poder de então ter um povo mais culto? Era evidente que não. E porquê? Porque é fácil aos vários poderes governarem na ignorância).
E hoje, em “democracia”? interessam a estes poderes ter um povo culto? Já duvido.

Quando o discurso oficial - ainda hoje - eles pensam que a Galiza e Portugal para se aproximarem é necessário o TGV e que essa aproximação é só por via iminentemente económica...
E digo eu: Não é a cultura que aproxima as pessoas, os povos?

O que nos vale é que no meio deste deserto e silêncio, há boas excepções.
Temos uma Universidade do Minho, altamente prestigiada, com cerca de 15.000 alunos (Braga e Guimarães). E com 81 por cento de docentes licenciados. Instituição pela qual já passaram os maiores homens e mulheres da ciência e da cultura.
2008 também é um ano de grande importância para a cidade e para a Ibéria. Está já em andamento a construção do Instituto Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, que será presidido pelo Prof José Rivas, docente na Universidade de Santiago de Compostela, sendo composto o Conselho Científico Internacional do Laboratório com sete cientistas, um deles galardoado com o Prémio Nobel da Física.
O Instituto, contará com cerca de 200 investigadores de vários países, e ficará pronto em 2009.

Do que foi exposto, muito mais havia a acrescentar. Mas continuámos a interrogar-nos, o que fazer? O que é possível fazer para dar a volta à situação? Como é que se lida com instituições públicas e/ou privadas das áreas culturais, com editores e livreiros, e com os burocratas?

Eu sei qual é uma parte substancial da solução. Mas para isso tem que se afrontar poderes instalados, os poderes de decisão. Os poderes dos que se pavoneiam nas feiras de vaidades e se mostram nas inaugurações, nos encontros, etc.,
O que é necessário para inverter a situação? É muito simples!
Àqueles que estão nos lugares de outros e que não têm perfil nem formação para o lugar que ocupam - que se dediquem a algo para que estejam vocacionados(as). Haja um pouco de auto-crítica e por favor peço, a esses, para se irem embora.
Tem que se apostar nos quadros intermédios que são a parte mais importante na área da cultura, como alguns animadores sócio-culturais e / ou sócio-educativos, as associações culturais e de cidadãos, a cultura culta e popular. Entre muitos exemplos.
Precisámos de homens e mulheres certos nos lugares certos. Pessoas que saibam, conheçam e trabalhem no terreno (é necessário sair dos gabinetes) o mundo está cá fora!

Aos que apesar da inércia de várias instituições e organismos sejam públicos ou privados e do seu desinteresse, pelo menos digam-nos alguma coisa mesmo que seja, NÃO!
É que estamos já um pouco cansados e fartos. No dia 5 de Fevereiro fez um ano em que iniciámos todo este processo de contactos constantes e só obtivemos a parede de silêncio!

E depois há outros - sabemos muito bem e são muitos - que partilham as nossas ideias e nos apoiam, mas a todos que nos lêem, solicitámos a sua devida atenção ao que se passa.
A vocês que estão connosco, se tiverem alguma ideia ou alguma forma de mudar este estado de coisas digam-nos enviando informação. Digam a toda a gente o que se passa, quem somos, quais os objectivos e os nosso projectos. Espalhem a informação.
(…) se vieres por bem, traz um amigo também – como dizia o nosso Zeca Afonso.

josé carvalho
Braga, 13 de Fevereiro de 2008
P.S. Em breve, talvez esta semana, vamos expôr cronologicamente os “contactos” com algumas das editoras portuguesas.

12 fevereiro 2008

EXPOSIÇÃO


na ...também Galicia - galeria, estará patente de 01 de Março a 11 de Abril uma Exposição de Cerâmica intitulada "Brincadeiras em Cerâmica-Vidrados" das artistas Natália Gonçalves e Susana Leite.

Com um percurso paralelo, resultado de uma forte ligação pessoal, ambas frequentaram diversos cursos relacionados com a prática de cerâmica, nomeadamente Curso de Pintura em Cerâmica/Azulejo promovido pela Casa do Professor, Curso de Fusão do Vidro promovido pela Fundação de Serralves, Curso de Cerâmica em Gijon-Espanha promovido pela Escola Internacional Espacio-Ceramica e curso de Realização de Painéis e Murais Contemporâneos promovido pela Fundação de Serralves.

Exposições:
2003/04/07- Delegação Regional de Turismo de Braga
2003-Restaurante Expositor, Braga
2004 – Alinhavar, Leiria
2004/05/07- Exposição Aberta de Artes Plásticas, Póvoa de Lanhoso
2006 – Theatro Club, Póvoa de Lanhoso
2007 – Torre de Menagem, Braga
2008 - ...também Galicia – galeria, Braga




QUEM SOMOS

ano 2006, em Braga, abre na rua do alcaide nº 30, uma galeria de artes designada ...também Galicia - galeria.
De início a galeria dedicou-se exclusivamente a duas cerâmicas, sendo a mais importante a de Sargadelos.

Sargadelos produz peças com Decorados e Formas, criadas por artistas Galegos, pelo seu Gabinete de Desenho e por artistas estrangeiros convidados. Recuperando / Registando a Memória Histórica.
Quando encerra em 1875, “reaparece” nos anos 40 impulsionada por artistas e intelectuais galegos. Homens e mulheres que saíram da Galiza como refugiados e exilados, muitos por motivos políticos.

Com Sargadelos estiveram directa e indirectamente muitas personalidades das letras e das artes. Entre elas, Luís Seoane, Rafael Dieste, Lorenzo Varela, Núñez Búa, António Baltar, Blanco-Amor, Arturo Cuadrado, Alberto Vilanova, Isaac Díaz Pardo, Andrés Albalat, Alfonso Castelao, Carlos Maside, Laxeiro, Arturo Feijoo, Ramon Piñeiro, Xesús Ferro Ruibal, Manuel Colmeiro, Francisco Lloréns, Eugénio Granell, Valenzuela e Neira Vilas, entre muitos outros. Mantendo ainda hoje uma ligação estreita com os artistas.
O universo Sargadelos é de uma enorme importância artística e cultural para a Europa. O seu prestígio como empresa / cultura e o reconhecimento como alta cerâmica faz desta um dos expoentes máximos em todo o mundo.
Por tudo isto, Nós temos o orgulho de ser a única galeria com Sargadelos em Portugal.

Um ano passou. ...também Galicia - galeria, decidiu então alargar, mantendo o nível artístico e de qualidade de todas as peças. Peças de autor, com exclusivos em Braga e em Portugal. Em Braga: jóias, bijuteria e vitrofusão do artista plástico, Luís Soares. Em Portugal: jóias de autor em prata, dos artesãos Gustavo Helling, Manuel Ochoa e do atelier Odín. E as porcelanas de Galos-Diseño. Sem exclusivo, a cerâmica de Júlia Ramalho - actualmente a artesã portuguesa mais reconhecida no nosso país e no estrangeiro. E Livros, sobre os caminhos, a vida e obra de Santiago.

Estabelecemos protocolos com a Casa do Professor, a AAEUM - Associação dos Antigos Estudantes da Universidade do Minho e com o Espaço Jacobeus - Braga.

Criámos também um espaço para exposições periódicas de Cerâmica, Pintura, Escultura e/ou outras. Apesar de pequeno, queremos abrir a porta aos artistas e/ou outros que queiram expôr mostrando o seu trabalho criativo. Temos dois objectivos. O primeiro é possibilitar que homens e mulheres abram as suas “gavetas” mostrando o trabalho que muitos têm guardado. O outro é o encontro mesmo que seja por um breve período, mostrando o que fazem, trocando ideias e opiniões.

O próximo objectivo é uma pequena livraria que represente o mais possível a literatura galaico-portuguesa. Na literatura galega interessa-nos sobretudo os autores galegos com escrita, preferencialmente, em língua galega.

Nós, ...também Galicia - galeria, como espaço/galeria que queremos que seja único e autêntico, pretendemos se torne num projecto também cultural, contribuindo para o conhecimento e para a recuperação da memória histórica Galaico - Portuguesa.
a galeria